segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Anseio



Com a tua recordação construo um poema que recito só para mim.
Um poema de amor onde as palavras me afagam a alma e aquecem o coração.
Assim, sempre me sinto menos sozinha... um pouco menos triste...
Relembro momentos nossos... imagino outros, o calor do teu corpo junto ao meu e os teus braços enlaçando-me com ternura.
A tua boca procura a minha... os teus olhos prendem-se nos meus num mar imenso de paixão...
Inesperadamente, uma lágrima rola pelo meu rosto...

... esta noite apenas danço com a solidão...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Segredo



Nem o tempo tem tempo
Para sondar as trevas
Deste rio correndo
Entre a pele e a pele
Nem o tempo tem tempo
Nem as trevas dão tréguas
Não descubro o segredo
Que o teu corpo segrega.


Poema: David Mourão-Ferreira
Foto: paulo césar

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Poema XVIII


Impetuoso, o teu corpo é como um rio
onde o meu se perde.
Se escuto, só oiço o teu rumor.
De mim, nem o sinal mais breve.

Imagem dos gestos que tracei,
irrompe puro e completo.
Por isso, rio foi o nome que lhe dei.
E nele o céu fica mais perto.


Poema: Eugénio de Andrade
Foto: Kemel José Fonsêca Barbosa