sábado, 11 de dezembro de 2010

No teu âmago




Volto ao teu âmago, não porque me vista apenas de palavras, mas porque essencialmente sou feito de sentidos. Recolho, cada gota de água que me dispensas, vontade de saciar a minha sede, de em ti beber, de te ver e te sentir colada em mim. Visito-te, nas noites em que teu sono se agita nas tormentas da vida, em que as insónias te levam a deambular pelos vazios adormecidos. Vejo-te, de rosto colado na vidraça, olhando a chuva lá fora. Volto a ti em todos os instantes em que te esqueces da vida e podes dedicar-te ao meu pensamento, naqueles loucos momentos em que tuas mãos conduzem as minhas até ao mais íntimo do teu prazer.
Sentes, o calor exaltado dos meus beijos, quando tocam teus lábios molhados, quando minha língua é pincel que teu corpo cobre com os matizes suaves do nosso próprio prazer. Conténs nos lábios cerrados os gemidos que a noite não te permite libertar, seguras o teu prazer, até à última gota, como se quisesses em ti conter o fogo de um vulcão em erupção anunciada. O que me acordas é tão imenso que nem mesmo o mundo comporta tamanho desejo.



Texto: Druida Noite
Foto: Oleg Kosirev

2 comentários:

Anónimo disse...

Princesa Encantada

Perdi-me nas tuas palavras intensas. Sigo-te de perto...

Voltarei com mais tempo...
;)

Beijos

PrincesaEncantada disse...

És sempre bem-vindo :)
Beijo