
Volto ao teu âmago, não porque me vista apenas de palavras, mas porque essencialmente sou feito de sentidos. Recolho, cada gota de água que me dispensas, vontade de saciar a minha sede, de em ti beber, de te ver e te sentir colada em mim. Visito-te, nas noites em que teu sono se agita nas tormentas da vida, em que as insónias te levam a deambular pelos vazios adormecidos. Vejo-te, de rosto colado na vidraça, olhando a chuva lá fora. Volto a ti em todos os instantes em que te esqueces da vida e podes dedicar-te ao meu pensamento, naqueles loucos momentos em que tuas mãos conduzem as minhas até ao mais íntimo do teu prazer.
Sentes, o calor exaltado dos meus beijos, quando tocam teus lábios molhados, quando minha língua é pincel que teu corpo cobre com os matizes suaves do nosso próprio prazer. Conténs nos lábios cerrados os gemidos que a noite não te permite libertar, seguras o teu prazer, até à última gota, como se quisesses em ti conter o fogo de um vulcão em erupção anunciada. O que me acordas é tão imenso que nem mesmo o mundo comporta tamanho desejo.
Texto: Druida Noite
Foto: Oleg Kosirev
2 comentários:
Princesa Encantada
Perdi-me nas tuas palavras intensas. Sigo-te de perto...
Voltarei com mais tempo...
;)
Beijos
És sempre bem-vindo :)
Beijo
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