terça-feira, 20 de maio de 2008

O amor





O amor não tem princípio nem fim porque quem vive no seu presente vive na eternidade. O rosto do amor ao olhar-nos prende-nos a si para sempre. Nunca mais esquecemos o seu olhar infiltrante, feiticeiro, a insinuar-se e a impor a sua presença para todo o sempre. Nunca mais esquecemos as feições do amor, o corpo em que encarna, o toque mágico que primeiro dá à luz o nosso próprio corpo e depois o ressuscita vezes sem conta de cada vez que o acaricia na noite da vida.
O amor é um animal selvagem que chega ate nós e ocupa cada ponto do nosso corpo, mais, toda a nossa vida. O seu poder de contaminação é total. Basta um só olhar. O amor é esse conflito permanente e completo: liberta e agarra, é doçura e amargura, refaz e desfaz, ressuscita e adormece, faz-nos sonhar e confronta-nos com a realidade pura e dura, dá à luz. Mas também tem o poder de nos matar.
No amor oscilamos entre tudo poder ser e nada poder ser, a impossibilidade de tudo. É este o amor, é esta a nossa vida.Tu sabes, não sabes? Eu sei muito pouco, quase nada. De ti quero aprender tudo. O melhor e o pior. O resto é-me indiferente.


Texto: Pedro Paixão
Foto: Tomas Rücker


Sem comentários: